Quando recebo a informação que, em Gramado, da terça-feira, 17 de maio, para a quarta-feira, dia 18, ocorreu o registro de aumento de casos suspeitos de infecção por Covid-19, de 86 para 136, ou seja, 50 novos casos em 24 horas, passo a refletir sobre a continuidade das aulas presenciais, se todos os professores foram vacinados nessa volta às aulas, se as condições sanitárias de todas as escolas permitem, realmente, este retorno e porque Gramado ainda não vacinou os profissionais da Assistência Social do município, que, mesmo, por vezes, utilizando equipamentos de proteção individual (EPI), acabam tendo contato com o público mais vulnerável, pessoas que muitas vezes não tem acesso nem mesmo ao álcool gel, mas que necessitam de atendimento e recebem esses profissionais em suas residências, em função de estarem em isolamento domiciliar para casos suspeitos ou confirmados de infecção pelo novo Coronavírus.
Com os professores a situação não é diferente.
Enquanto o Supremo Tribunal Federal e os municípios não se entendem, sofrem os alunos, as famílias dos alunos, professores e demais profissionais da área da educação com a indefinição sobre a adoção de medidas que garantam um retorno seguro às salas de aula.
Sem dúvida alguma, existe uma semelhança entre essas duas áreas de atuação no que diz respeito a avaliação da necessidade de vacinação.
O que é, realmente, lamentável.
No entanto, o que parece não existir é um diálogo que chegue a um consenso, nem mesmo a compreensão sobre a necessidade de oferta de proteção e promoção da saúde para esses profissionais que, em momentos de total conveniência das autoridades, são considerados pertencentes a categoria dos serviços essenciais para os municípios.
Enfim, é o “considerado serviço essencial” que menos recebe investimentos, seja no aspecto de infraestrutura e condições de trabalho ou simplesmente numa “singela” vacina que pode reduzir, consideravelmente, as baixas e afastamentos dos profissionais dos seus espaços de trabalho.
A atuação dos profissionais da saúde e a sua importância nestes tempos de pandemia é inegável, como é inegável, também, a essencialidade das áreas da Educação e Assistência Social durante todo esse período.
A população perderá muito caso ocorra a necessidade de fechamento desses serviços.
O impacto será maior do que se pensa, pois é muito comum a escola acolher situações onde uma criança ou adolescente - e os familiares dos mesmos, estejam precisando de serviços especializados.
Se a escola abre, fecha, abre, fecha, quem vai receber essas situações?
Além disso, deve-se observar a questão do aprendizado, extremamente prejudicado durante a pandemia.
O mesmo vale para os trabalhadores da Assistência Social.
Quem vai atender essa população que ainda está enfrentando as consequências da Covid-19?
Os nossos “competentes” governantes de todas as esferas públicas?
Ah! Como seria bom se conseguissem dar conta deste trabalho, até porque muitos deles, provavelmente, já estão imunizados e com menos riscos à saúde, caso venham a positivar para a COVID-19.
Vamos deixar a utopia de lado e registrar aqui o reconhecimento para esses bravos profissionais, que mesmo sabendo dos riscos que a decisão do Estado do RS pode provocar, com o retorno às aulas no atual contexto, estão enfrentando a situação e atendendo a comunidade escolar da melhor forma que sabem e podem fazer.
A propósito: conversei com o prefeito Nestor Tissot sobre este assunto, e ele comentou que teme um apontamento do Ministério Público caso ocorra alguma ação para os profissionais da Assistência Social.
Ora, convenhamos.
Eu não acredito que o Ministério Público seja contrário a isso, afinal, este é o órgão responsável pela defesa dos interesses sociais de forma a garantir o respeito aos direitos humanos e a cidadania em uma sociedade, não é mesmo?
E as demais autoridades gramadenses: Câmara de Vereadores, Conselhos Municipais de Direitos, onde estão?
Já se manifestam sobre o assunto?
A propagação do Coronavírus, infelizmente, é uma realidade.
Aceito posições contrárias, mas mantenho a minha convicção.
São reflexões que, certamente, merecem ser observadas antes que seja tarde.
Diante do exposto, há que se reconhecer que professores e os trabalhadores da Assistência Social merecem maior atenção, consideração e respeito, para não correrem o risco de serem apenas mais um número na estatística da Covid-19.
Entre os municípios que vacinaram os profissionais da Assistência Social está Erechim, a cidade polo da região do Alto Uruguai , conforme informações que seguem:
INFORMAÇÕES DE ERECHIM
Os critérios utilizados pela Secretaria Municipal de Saúde e Comitê de Orientação Emergencial – COE Municipal são:
* Informe técnico do Ministério da Saúde - anexo 1 - Trabalhadores de Saúde;
* Ofício Circular Nº 57/2021/SVS/MS que define os indivíduos que serão contemplados para vacinação;
* Resolução Nº CIB RS que estratifica os trabalhadores que serão vacinados por ordem de prioridade conforme item 12 o qual exige comprovação de habilitação profissional e exercício profissional atual.
MATÉRIA:
MAIS CLASSES DE PROFISSIONAIS DA SAÚDE SÃO INCLUÍDAS NA VACINAÇÃO CONTRA A COVID-19
A Prefeitura de Erechim, através da Secretaria de Saúde, informa que na quarta-feira (24/03) estarão disponíveis doses da vacina contra a Covid-19 para mais profissionais de saúde.
Se enquadram para receber a vacina os nutricionistas, biomédicos, terapeutas ocupacionais, farmacêuticos, psicólogos e assistentes sociais.
A vacina estará disponível em todas as Unidades Básicas de Saúde (UBS).
O horário de atendimento é das 7h30 às 11h30 e das 13h às 17h, sendo que as UBS’s do Progresso, Centro e Presidente Vargas estarão abertas ao meio-dia.
Os profissionais, devem apresentar registro ativo no devido conselho de classe, bem como comprovante de residência de Erechim, CPF, RG, Cartão SUS e Carteira de Vacinação.
*Matéria de 24 de março de 2021.
Por: Voltencir Fleck
Editor do Cidade de Gramado Online
Imagem: Ilustrativa.
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